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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Estigmatização Social


Por gentil Pereira

Este mês estarei escrevendo sobre estigma. Tanto o social como o religioso "espiritual" pois hoje sei que fui estigmatiza pelos meus pares.
O que pensam ou deixam de pensar sobre mim não me importa.No entanto minha doce e amada irmã outro dia fez uma prece linda arrancando todo o estigma imposto sobre mim.

Confesso que não senti o peso do estigma imposto mas ela via algo que a incomodava. Já me sinto maiss leve. A opressão social e religiosa é horrivel para quem não sabe se desvencilhar de tal mal. Agora estou escrevendo a segunda parte do estigma já que é um assunto imenso.

No decorrer da historia humana diversas culturas estipulavam status morais e sociais, os quais o indivíduo deveria seguir se não este seria marginalizado socialmente. Na Grecia antiga foi criado o termo estigma, este conceito estava relacionado a algum sinal corporal representava um status, seja ele bom ou ruim.

Estes quando representava uma característica ruim eram evitados, principalmente em lugares públicos. Nesta mesma vertente os cristãos criaram um estigma relacionado a dádivas celestiais. Segundo Goffman, sempre a sociedade tentou estipular uma identidade social comum entre as pessoas exigindo que respeitem esses atributos por ela estabelecidos, podendo o indivíduo sofre sanções caso não sejam compridas. Logo as primeiras pré-noções de um sujeito que nos é apresentado vai depender da sua identidade social que ele apresenta.

Fazemos afirmações daquilo que o indivíduo que esta a nossa frente deveria ser assim este caráter estabelecido a esse sujeito, pode ser uma categorização efetiva, uma identidade social virtual. Já as características que ele apresenta possuir são chamadas de identidade social real. Quando estipulamos um atributo a um estranho, o classificando como diferente dos outros, desconsiderando que este é uma pessoa comum, reduzindo-o a uma ser estragado e inferior, ou ate superior a nós, estamos aplicando nele um estigma.

E o que acontece, por exemplo, com o usuário de droga, a sociedade rotula o usuário com um indivíduo inferior, o estigmatiza levando-o assim a mais baixa casta social moderna, sendo este a pior vitima quando se torna um dependente da substancia. Neste ponto, Warley Belo pondera: "Toda via, o maconheiro não é uma entidade demoníaca, não vende sua alma ao diabo, não é o inimigo público número um ou um malandro a mercê do direito penal do inimigo, mas, apenas um usuário afetado por um vício maléfico a si próprio que precisa ser debelado com informações e ajuda profissional   (Belo, 2008, pag. 46)." O IGUAL E O INFORMADO

Segundo Goffman temos a identidade virtual e a identidade real, tanto conhecida com manifestada, afeta o indivíduo do convívio social de si próprio, tornando-o uma pessoa desacreditada. Isso abaixa a auto-estima do ser estigmatizado, porém este quando se depara com outro igual, que compartilha o mesmo estigma, poderá encontrar nesse apoio moral, pois sabendo do peso de carregar tal estigma pode propiciar a vida do indivíduo estigmatizado na sociedade, fornecendo refugio e amparo.

O artífice, continua neste sentido a desmembrar a vida em sociedade do estigmatizado, no engajamento destes em grupos de pessoas que compartilham do seu estigma, como os Alcoólatras Anônimos, grupo de ex-viciados, idosos, movimento negro, de ex-presidiários, comunidades étnicas ou religiosas; sendo que quando um membro de um grupo desses entra em contato com outro, os dois podem dispor-se a modificar o seu tratamento mútuo, devido à crença de que pertencem ao mesmo grupo.

Goffman mostra que o principal intuito desses grupos é mostrar aos outros tanto normais e estigmatizados que um indivíduo desse tipo pode ser uma boa pessoa. Neste quesito de informar aos outros sobre a situação do estigmatizado um representante grupo é essencial. Este pode ser uma pessoa que se destaca entre os estigmatizados e os normais, pode ser tanto um profissional ou um comum, que alcançou destaque causando repercussão na comunidade local devido ao seu estigma.

O autor considera que a dois conjuntos de indivíduos onde o estigmatizado pode encontrar apoio: os iguais; que são aqueles que compartilham do mesmo estigma, e os informados; que são normais que sabendo da condição do estigmatizado considera-o como uma pessoa comum, e o indivíduo que recebe o estigma não têm vergonha de mostrar sua situação. Os informados podem ser divididos em dois grupos: o primeiro diz respeito às pessoas que tem uma informação sobre o estigma com seu trabalho.

Um exemplo e o dos policiais lidam constantemente com criminosos, tendo que os policiais são as únicas pessoas, além dos outros criminosos, que o aceita pelo que ele é. Outro tipo de pessoa informada é o indivíduo que se relacionam com um estigmatizado através da estrutura social. A mulher de um paciente metal, a filha de um ex-presidiário, os pais do aleijado, o amigo não usuário do maconheiro; ocorre que estes adquirem um pouco desse estigma, mesmo não o possuindo, contudo por se relacionar com alguém que tem é tratado com tal.

Goffman trabalha na vertente de uma carreira moral do indivíduo estigmatizado, este no processo de socialização passa por duas fases iniciais; a primeira é quando ele aprende e incorpora o ponto de vista dos normais em relação de quem possui um estigma, e a outra se da quando ele aprende que tem um estigma e sofre as conseqüências de possuí-lo. Partindo dessa principio forma-se modelos que servem de base para um desenvolvimento posterior, desses modelos Goffman menciona quatro.

O primeiro modelo é daqueles que possuem um estigma inato, que desde pequeno aprende a visão dos normais em relação ao seu estigma particular, e padece do peso de telo, um órfão por exemplo.

O segundo vem da família que tende a proteger um ente seu com um estigma das informações que possam diminuí-lo. Porém chegara um momento onde este circulo protetor não suprirá o contato dessa pessoa com o mundo, como ir a escola, onde ele passara por suas primeiras experiências morais. É de se ressaltar que quanto mais visível for o seu estigma, maior será a probabilidade de ser enviado para uma escola de crianças especiais, para junto de seus iguais.

O terceiro modelo nos apresentado pelo artífice é os que adquirem um estigma numa fase mais avançada da vida ou aprende muito tarde que sempre foi estigmatizado. É exemplificado com quarto modelo aqueles que são socializados em uma comunidade diferente, e quando se depara com uma outra deve aprender uma segunda maneira de ser, aquela que as pessoas à sua volta acham válida e real.

Quando um indivíduo aprende que é portador de um estigma é provável que mude sua relação perante outros estigmatizados, pois em um único contato com outros iguais, é suficiente para ele perceber que existem outros iguais a ele, e no convívio com esse que compartilham do mesmo estigma, ele aprenderá mais sobre seu estigma, tanto é que uma pessoa recentemente estigmatizada aprende com os outros iguais a se relacionar com os normais, ao ponto desse novato similar os membros mais antigos do grupo com seres humanos comuns

Leia mais em:  http://www.webartigos.com/artigos/estigmatizacao-social/6480/#ixzz1xvT4Cs4k

2 comentários:

  1. Teixeira Pascoaes dizia que viver é vestir uma mascara.
    De facto, todos somos "obrigados" a dissimular de algum modo o nosso interior, para evitar o estigma de sermos o que somos.
    O grande poeta português, Fernando Pessoa é o exemplo perfeito da multiplicidade de personalidades.
    Mais importante é ter noção de que todos somos estigmatizados, uns mais conscientes do que outros. Os que entendemos o estigma, talvez possamos libertar-nos e com connosco os demais.

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    Respostas
    1. Sim amigo Ricardo. Entendermos o estigma e entendermos que somos, nos faz livrarmo-nos um pouco que seja do estigma imposto sobre nós. Quem nos impõe tal estigma? O nosso próprio meio. E o estigma imposto nos oprime e deixa a nossa estima baixa. É preciso estudar o estigma imposto, reconhecê-lo e banir de nossas almas e ajudar os outros.

      A paz

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