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sábado, 28 de abril de 2012

Repensar moldura


Ninguém vive fora de algum círculo. Quando escrevi o livro “Pensando Fora da Caixa” não sugeri o abandono de molduras. Não se pensa sem paradigmas. Propor anarquia intelectual é desatino. Nietzsche afirmou corretamente: “O nada nega a si mesmo”. Quem procura sair de formas busca mudar de lente ou de pedra de arranque. Não cogita cometer suicídio intelectual. Talvez tente criticar pressupostos; quem sabe, desobedecer bitola; com certeza, abrir algum cadeado.
Repensar moldura significa coragem de rir enquanto probos pensadores posam, com olhar compenetrado, de senhores da razão. Não há nada mais ridículo, e ao mesmo tempo engraçado, do que presenciar debate em que acadêmicos discutem a irrelevância do óbvio. Rubem Alves expressou seu desdém por essa moinha árida, que consome filósofos, teólogos e teóricos. Pensar nem sempre garante sentir. Como não desejava refletir o mundo como um espelho frio, disse: “É isso que me separa dos filósofos: sou um amante. Tenho um caso de amor com o universo…”. Para celebrar a vida é preciso esse namoro.
Repensar moldura significa não temer o mundo da sensibilidade. É preciso ousadia para chorar quando o riso se torna fácil e a alegria, banal. Na gargalhada dos medíocres, o pranto se torna virtude. Se galhofa expressar complacência, chegou a hora de lamentar. Compadecer, igual a sofrer com, precisa migrar dos imperativos e virar privilégio.
Repensar moldura significa manter acesa a flama da esperança e em tempos cínicos, sonhar. Esperança se define como a teimosia de plantar uma árvore mesmo se não há mais idade para descansar à sua sombra.
Repensar moldura significa aprender a disciplina da prece. É fazer da contemplação o alimento de uma fé que zomba do pessimismo, acredita em outro mundo possível, pisa os grilhões do destino e profetiza um porvir, em que justiça e paz se beijam.
Repensar moldura significa escolher estrada menos trilhada. Quando a multidão preferir os píncaros, descer aos vales. Se todos acharem que lodaçais crescem, sacudir a lama e alçar o voo das águias.
Repensar moldura significa não ter medo de andar para trás. É desprezar o progresso, achincalhar o sucesso, voltar à idade menina de falar na língua do “P”, apaixonar-se perdidamente,  assombrar-se com a escuridão, ver o mundo grande, fechar os olhos ao grotesco e perceber anjos e fadas ao derredor.
Repensar moldura significa assumir-se. Canhotos não precisam envergonhar-se do canhotismo. Baixinhos não devem se sentir inadequados. Orientação sexual não define caráter. É revoltar-se com as etiquetas imbecis de uma cultura burguesa que parasitou em costumes franceses e, depois, emulou o pior dos Estados Unidos.
Repensar moldura significa desvencilhar-se de afirmações piegas, ridiculamente sentimentais. É preferir a franqueza áspera dos “sem-religião” ao invés da carolice desencarnada dos alienados e por fim, constatar que o ateísmo ético supera em muito a canalhice praticada em nome de Deus. 
( Ricardo Gondim )

Um semeador triste


Vez por outra um sentimento de inutilidade me aterroriza. Sinto-me como um lobo solitário a uivar  para uma lua indiferente. Saio da cama pela manhã, sabendo que o universo não toma conhecimento de qualquer esforço meu. As rodas giram alheias à minha existência. Os dias se sucedem independente do que eu diga, fale, escreva. Não passo de um cisco que não altera a engrenagem da história.
Vivo num meio de caminho entre medíocres e gênios. Alguns elogiam textos meus. Não me iludo, sou mediano. Minha lavra não chegará à mesa de literatos, formadores de opinião, acadêmicos. Não ajudo nem atrapalho o desenrolar da política. Sem partilhar da genialidade dos mestres, não passo de meteoro sem nome a vagar no grande vazio sideral. Jamais escalado para a seleção dos extraordinários, sei: minha pífia contribuição não terá permanência histórica. Repousarei na vala onde os comuns jazem, condenados ao esquecimento eterno.
Não paro de tentar despejar-me no que faço, escrevo, falo. Caço a excelência. Faltam muitos detalhes: competência, pedigree, escolaridade, sintaxe, poesia, criatividade.
Sou semeador de ventos. As sementes que jogo não caem em terrenos bons. Amigo do profeta Ezequiel, guardo a sensação de falar a um povo de coração duro, que não quer ouvir. Por mais que me esforce, continuo incompreendido.  Minha profecia soa glossolalia – língua estranha.  Triste sina de quem vive da fala.
Encarno o Semeador, do poema de Aleksandr Púchkin (1823):
Eu semeador, deserto afora,
da liberdade, fui com mão
pura lançar, antes que a aurora
nascesse, o grão que revigora
nos sulcos vis da escravidão.
Mas todo o esforço foi em vão:
joguei vontade e tempo fora.
Pasce, pois eu te repudio,
ralé submissa e surda ao brio.
Libertar gado é faina ingrata,
pois gado se tosquia e mata.
Herda, por gerações a fio,
canga, chocalhos e chibata.
Talvez esse sentimento de inutilidade venha de uma vaidade messiânica há muito acalentada. Aquiesço: sou mal resolvido em diversas áreas. Às vezes impulsivo. Frequentemente amuado. Não importa. Vale a frustração. Mas se restar algum consolo, repito o lamento do Nazareno. Ele também se frustrou: “Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! [Lucas13.34]. ( Ricardo Gondim)

sábado, 21 de abril de 2012

DEUS É O CRIADOR

por Gentil Pereira

Imaginemos o princípio dos tempos. Absolutamente nada existia. NADA DE NADA. Nem existia a Terra, nem o sol, nem estrela alguma, nem nenhuma matéria nem energia; nem sequera existia o espaço nem o tempo, que são valores físicos que podem variar, como demonstra a teoria da relatividade.

Em resumo, NADA DE NADA. E de repente, o estouro grande da Grande Explosão inicial, também conhecida como Big-bang. Um estouro gigantesco, brutal, que deu origem, após bilhão de anos, às estrelas, galáxias, planetas, ao universo inteiro.
Esta é a teoria aceitada geralmente hoje em dia. E Deus é o responsável dessa criação. Isso como eu o sei? Muito fácil. Porque a ciência explica, na primeira lei da termodinámica, que NADA SE CRIA NEM SE DESTRUE, TUDO É TRANSFORMADO.

Nada é criado da nada e onde há algo não pode deixar para existir esse algo para ter a nada. Se nada é possível de criar da nada, é evidente que a coisa criada teve que originar-se de alguma maneira. Deus é a resposta. Naturalmente, Deus não é suscetível de ser incluído nesta premissa científica. O Criador está muito lá sobre sua criação. Este mundo nosso é caracterizado por suas limitações. Nós somos sujeitos ao esquema espaço-tempo e é-nos inconcebível uma realidade em que esta estrutura não é aplicada.

Deus, como criador supremo, não é limitado por estas leis que ele mesmo legislou. A Escritura diz: MIL ANOS PARA ELE É UM ONTEM QUE PASSOU...
Em resumo, tem que existir um criador que não seja sujeito àquelas leis físicas que ele mesmo criou. Deus é eterno, e existiu sempre. E este universo em que nós vivemos, é sua criação. Esta é a razão pela que eu posso afirmar sem nenhuma dúvida que DEUS EXISTE.

O universo ou tem um princípio no tempo ou existe de sempre. Que existe de sempre, significa que quando chegar o momento atual, o tempo passado foi infinito (vem do infinito sem princípio); isto significa que terminou de acontecer o curso de um tempo infinito, mas um tempo infinito, não pode terminar de acontecer, razão pela que é contradictorio, razão pela que o tempo tem que ter um princípio. O universo tem um princípio, ou existe porque se criou a Si mesmo, ou ele deve sua existência a alguma causa externa.

Nem cientificamente, nem filosoficamente, neste universo é sabido que nada apareceu sem causa. Raçao pela que o universo tem que ter uma causa: tem um criador, a quem chamamos Deus. Àqueles que asseguram que Deus é uma invenção da mente humana dizer-lhes que, bem ao contrário, Deus é encontrado pelo raciocínio da mente humana. É a resposta encontrada com o intelecto ao seguinte raciocínio: nada é criado nem destruído, conseqüentemente: Onde nasce este universo?

Deus não é parte deste universo, é o criador deste universo. Analogamente a um pintor, ele não é parte do painel, é o pintor do painel. O universo é um trabalho e um trabalho diz que há um trabalhador, o universo é entre outras coisas, o meio a través do qual Deus nos dá uma idéia Si mesmo.
SUMÁRIO:
De onde sae o universo?
Dilema 1:
a) Ou existe de sempre ou
b) Tem um princípio no tempo.
a) Existe de sempre? Considerando um momento de tempo, até esse momento de tempo, uma estadia infinita tinha passado, acontecimento terminado ao chegar o momento considerado. Mas uma estadia infinita não pode terminar de acontecer, é uma contradiçao. Conseqüentemente:
b) o universo tem um princípio. Se o universo tiver um princípio:
Dilema 2:
c) Apareceu da nada ou
d) Alguém externo criou-o.
c) Aparece do nada: seria o primeiro caso similar, não é sabido no universo de nada que non tenha uma causa. Seria um único. Tudo tem uma causa em algo externo a ele.
d) Conseqüentemente, o universo, tem um princípio e foi criado. Deus existe.
Todo o precedente nem é intuiçao, nem fé, é
raciocínio, lógica, filosofia.

A observação, a experimentação e a intuiçao não são incompatíveis com a fé. Cada tem seu campo e aqueles campos são perfeitamente compatíveis. Tudo não é ciência, existem outras diversas coisas. As ciências a única coisa que explicam são COMO as coisas acontecem, nunca por que. A ciência não pode dar a razão de todas as coisas, sendo uma ciência cerrada, que não necessite qualquer coisa máis, possa dar a razão de A com B; de B com C, C com D... a última razão deve ser ciência exterior, não se sabe de nenhuma ciência cerrada.
No ano 1999, S. S. JoãO Paulo II aceitou como "mais que provável", as teorias dos evolucionistas.

Isto não supõe nenhuma contradicçao com a Bíblia. A Bíblia não é um livro de ciência, para compreendela é necessário interpretar a mensagem, não as palavras concretas. A mensagem do Génese é que Deus criou ao homem. Chame-se a este Adam e Eva ou Grande-Explosao; o fato é que esse Deus, o criador, é essencial para explicar a existência do universo. S. S. o papa adicionou também uma outra questiao essencial à mensagem "A ALMA VEM DE DEUS". Este é o coração do assunto. A alma é originada diretamente por Deus.

Como disse a Bíblia em determinada passagem: EU CONHECI-O ANTES QUE VOCÊ ESTÊVE GERADO NO VENTRE DE SUA MAE. Neste caso, Deus fala sobre o espírito, não do corpo físico, que não existe ainda. Deus inssufla o espírito no corpo uma vez que a concepçao ocorre.
A Igreja católica aceita a teoria da evolução, da qual numerosas probas existem. E ao contrário de muitas igrejas protestantes, não interpreta a Bíbia literalmente. É mais, declara que em sua análise, segura nas perguntas puramente teológicas, a ciência histórica prevalece sobre ela.

O creacionismo dos mormoms, por exemplo é incompatível com a evolução, mas o creacionismo católico é perfeitamente compatível: Deus cría o mundo e as potencialidades são desenvolvidas durante todo os milenios seguintes.
Uma vez que compreendemos que o Velho Testamento está escrito frequentemente em língua simbólica ou mitologica, é absurdo a interpretar literalmente. Eu não acredito que há um problema para ver no Génese uma explanação que possa ser compatível com o evolucionismo (pre-cientista, fabuloso e tudo o que queiramos, mas compatível).

Em nenhum caso, eu não acho nenhum problema em aceitar as teorias científicas e em continuar pensando que o mundo estêve criado por Deus. Uma coisa não exclui a outra.
Que Deus nos ajude!