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domingo, 30 de maio de 2010

Eu não sou Cristão

Quando declaro que não sou cristão, quem ouve automaticamente tira de mim toda bondade e fé estereotipadas de um homem que tem religião. E se digo sim, sou cristão o olhar que atraio é um olhar carregado da confiança trazida por anos de ‘confiança imposta’ na história da humanidade.

E se me declarar pertencente ao cristianismo, sendo cristão será que realmente isto me torna verdadeiramente uma pessoa inserida na graça de Cristo?
Mas carregar o rótulo “cristão” é um problema. Quando eu digo "EU não sou cristão" eu também digo “Olá eu sou o Marco" tenho uma identidade que está acima de qualquer religião e isso é autêntico.

E com isso pretendo te deixar além de um ponto de interrogação, um convite ao convívio e conhecimento da minha pessoa e revelação dos meus intentos gerados por minha consciência individual.
Cristão é um título que me dão e realmente eu não gosto de usá-lo como carta de referência, slogan, marketing de uma religião ou promessa de que sou realmente uma pessoa boa.

O cristianismo é feito e constituído por pessoas e nisso ele é falível, como religião, e em outros segmentos como doutrina. Falibilidade esta comprovada pela história das pessoas que constituíam o cristianismo e falibilidade esta comprovada hoje por nossos próprios defeitos e tendências que temos como cristãos hoje. E isso é extremamente natural.

O Cristo é infalível, não duvido disso, mas o cristianismo que não é o próprio Cristo e sim a prática interpretativa das pessoas referente aos ensinamentos Dele, (que se observar em muitos momentos foge aos mandamentos Dele) é completamente passível de erros.


O cristianismo hoje em um contexto generalizado, não segue a Cristo!

E não quero estar inserido neste contexto generalizado e falido.
Toda definição do que eu sou ou do que você é de onde vem?
Se eu me declarar cristão eu sou alguém melhor?
E se eu declarar que sou nada, realmente nada que se enquadre a estes contextos e grupos, eu realmente não terei nenhuma identidade?
Ser eu o Marco já não basta?!

Eu tenho mesmo que ser conhecido pelo grupo que estou inserido? Mesmo que este grupo não diga tudo o que sou ?
Eu creio que acima do cristianismo com sua liturgia, dogmas e regras básicas de comportamento existe um ser único que se apresenta verdadeiramente a um Deus pessoal que sabe olhar o indivíduo e não somente o grupo.


Ou será que este Deus é tão injusto assim que basta a pessoa ter o status quo de cristão para ser alguém verdadeiro?
Quando se fala em consciência pessoal muita gente torce o nariz por que já está condicionada a viver aquilo que aprendeu e que repetidamente toma como ação sem ao menos ter conhecimento das próprias motivações e de seus “porquês”.

Age de forma politicamente correta, mas o politicamente correto é falso, fraco e não tem certeza por si mesmo dos seus atos.
Ou seja, está pessoa vive se anulando para viver o que outros dizem ser certo e por ai não há espírito e muito menos verdade.

Mas quantos já não lhe disseram "Ora o cristão deve agir assim ou assado"?

Ora, se existe um andar no espírito existe então uma consciência espiritual e se existe tal consciência em uma pessoa por que outra pessoa que se diz “cristã há mais tempo” tem que dizer o que devemos fazer?
E se adotarmos o que nos foi dito como verdade logo dirá a outros, o que é verdade usando o título de cristão.

Então a consciência pessoal será nula e o que existirá é somente uma tradição oral que será ditada pelo senso comum.
Paulo antes de se apontado como cristão foi Paulo, Madre Tereza antes de ser apontada cristã foi Tereza e estes são dois exemplos de pessoas que foram conhecidas por seus nomes por serem autênticas.

O autêntico é maior, é verdadeiro.

Ser você mesmo antes de ser o que o título apresenta é se apresentar de forma única e marcar história no mundo.
Não quero receber os tapinhas nas costas daqueles que me tomam como irmão pelo título, mas não sabem nem o que realmente aspiro para comigo e com as outras pessoas e o mundo.

E o que há de verdadeiro nisso?
O que há de verdade em ser empurrado pela maré?

Por isso repito prefiro ser o que EU SOU.

( texto de Marco Alcântara )

domingo, 23 de maio de 2010

Ateus não incomodam mais.

O "assunto Deus" é complicado. Em jantares inteligentes, é mais fácil você confessar que faz sexo com dobermans, prova de que seu gosto ultrapassou formas sexuais conservadoras. Mas, se falar sobre Deus, há risco grave de que não te convidem mais. E aí nunca mais aquela cozinha vietnamita. Melhor se dizer um budista light.

Mas a mania que muito religioso tem de achar que tudo na vida se deve a Deus (ou similares) é um saco! Isso fala mais de sua preguiça e medo do que de Deus.

Entendo o bode dos ateus com essa gente. Para mim, essa conversa é semelhante ao papo de que você tem câncer porque não resolveu adequadamente seus conteúdos emocionais. Ora bolas, isso quer dizer que, se todo mundo um dia for feliz, ninguém vai ter câncer?

Ou que, pior, além de ter câncer, você é um babaca responsável pelo câncer porque não fez terapia? Conheço gente que se diz ateia (e com isso se acha mais inteligente, como de costume) e acredita nessa baboseira de que o amor cura câncer.

Mas, desculpe-me, ateísmo é coisa banal. Quando eu tinha oito anos era ateu. O ateísmo é óbvio (por isso comecei a desconfiar dele), diante do lamentável estado da vida: somos uma raça abandonada (Horkheimer).

Ateísmo não choca mais ninguém (pelo menos quem já leu uns três livros sérios na vida), porque ateus já são vendidos às dúzias em liquidações. E mais: ser ou não ateu não diz nada acerca de como a pessoa se comporta com os outros (ao contrário do que muitos ateus e não ateus pensam). Existem canalhas de ambos os lados do muro.


Deus, como se diz em filosofia, "é uma variável sem controle epistemológico", isto é, não se testa Deus em um laboratório.

Mas, antes, uma pequena heresia.

Mais chocante hoje é alguém confessar que não crê no aquecimento global, pelo menos na versão que aconteceu nesse espetacular concílio bizantino em Copenhague, reunindo toda a gente legal do mundo.

Confesso minha fraqueza: sou um herege, não acredito que meu pequeno carro aqueça o planeta, mas já estou pagando mais imposto por isso e tenho certeza de que outros virão. Acho essa história uma mistura de ego inflado (disputamos com o Sol para ver quem aquece mais?) e tédio (que tal salvar o planeta? A vida está tão chata na Dinamarca!). Meu cachorro anda triste? Deve ser o aquecimento global.

Sei que dizem que é fato científico, mas, para mim, que sou um medieval, só acredito na ciência quando vem no formato de resultados de exames do Fleury ou do Delboni, e não quando tem a ONU no meio e gente ganhando milhares de euros salvando o planeta.

Para mim, Copenhague foi aquele tipo de concílio onde se discutia se a roupa de Jesus era dele ou não. Temperamentos autoritários gozaram de tesão em Copenhague.

E o ateísmo? A constatação de que o mundo é péssimo e, por isso, Deus não deve existir é razoável. A primeira vez que isso me ocorreu foi quando descobri que existiam colegas mais felizes do que eu na escola, e aí eu julguei o mundo injusto.

Se Deus, como todo mundo me dizia, era bom, por que eu não era o cara mais forte do mundo? Decidi que Deus não existia. Ou não era bom. O ateísmo é uma conclusão óbvia, não há nenhuma grande inteligência nisso. Qualquer golfinho consegue ser ateu.

Anos mais tarde, fosse eu uma dessas pessoas legais que creem no marketing do bem, concluiria que o mais justo seria que todos fossem igualmente felizes, e aí Deus teria sido democrático. Graças a Deus nunca passei pelo ridículo de pensar assim. Quanto a Deus ser mau, concluí que melhor seria mesmo considerar o universo indiferente e cego e mecanicamente cruel. Naquele dia, tornei-me um trágico (antes de ler Nietzsche ou Darwin).

Poucos ateus não são descendentes de uma criança infeliz e revoltada (e, veja, 110% das crianças, esses pequenos lindos monstros malvados, são infelizes porque sempre existem crianças mais felizes do que você).

A prova disso é que ateus gostam de falar mal da igreja (nunca superaram aquela freira azeda), de Deus (esse malvado que não me fez mais forte), ou do pai judeu (que me obrigou a só namorar judias).

Ou acham que, se formos todos ateus, o mundo será melhor. Se você é assim e tem orgulho de ser ateu, você é um rancoroso.

Quando se deixa de acreditar em Deus, passa-se a acreditar em qualquer besteira (Chesterton): na Natureza, na História, na Ciência, na Dinamarca, em Si Mesmo. Essa última crença, eu acho, é a pior de todas. Coisa de gente cafona.


Luiz Felipe Pondé - Folha de São Paulo, em 14 de dezembro de 2009.

Ateus não incomodam mais.

O "assunto Deus" é complicado. Em jantares inteligentes, é mais fácil você confessar que faz sexo com dobermans, prova de que seu gosto ultrapassou formas sexuais conservadoras. Mas, se falar sobre Deus, há risco grave de que não te convidem mais. E aí nunca mais aquela cozinha vietnamita. Melhor se dizer um budista light.

Mas a mania que muito religioso tem de achar que tudo na vida se deve a Deus (ou similares) é um saco! Isso fala mais de sua preguiça e medo do que de Deus.

Entendo o bode dos ateus com essa gente. Para mim, essa conversa é semelhante ao papo de que você tem câncer porque não resolveu adequadamente seus conteúdos emocionais. Ora bolas, isso quer dizer que, se todo mundo um dia for feliz, ninguém vai ter câncer?

Ou que, pior, além de ter câncer, você é um babaca responsável pelo câncer porque não fez terapia? Conheço gente que se diz ateia (e com isso se acha mais inteligente, como de costume) e acredita nessa baboseira de que o amor cura câncer.

Mas, desculpe-me, ateísmo é coisa banal. Quando eu tinha oito anos era ateu. O ateísmo é óbvio (por isso comecei a desconfiar dele), diante do lamentável estado da vida: somos uma raça abandonada (Horkheimer).

Ateísmo não choca mais ninguém (pelo menos quem já leu uns três livros sérios na vida), porque ateus já são vendidos às dúzias em liquidações. E mais: ser ou não ateu não diz nada acerca de como a pessoa se comporta com os outros (ao contrário do que muitos ateus e não ateus pensam). Existem canalhas de ambos os lados do muro.


Deus, como se diz em filosofia, "é uma variável sem controle epistemológico", isto é, não se testa Deus em um laboratório.

Mas, antes, uma pequena heresia.

Mais chocante hoje é alguém confessar que não crê no aquecimento global, pelo menos na versão que aconteceu nesse espetacular concílio bizantino em Copenhague, reunindo toda a gente legal do mundo.

Confesso minha fraqueza: sou um herege, não acredito que meu pequeno carro aqueça o planeta, mas já estou pagando mais imposto por isso e tenho certeza de que outros virão. Acho essa história uma mistura de ego inflado (disputamos com o Sol para ver quem aquece mais?) e tédio (que tal salvar o planeta? A vida está tão chata na Dinamarca!). Meu cachorro anda triste? Deve ser o aquecimento global.

Sei que dizem que é fato científico, mas, para mim, que sou um medieval, só acredito na ciência quando vem no formato de resultados de exames do Fleury ou do Delboni, e não quando tem a ONU no meio e gente ganhando milhares de euros salvando o planeta.

Para mim, Copenhague foi aquele tipo de concílio onde se discutia se a roupa de Jesus era dele ou não. Temperamentos autoritários gozaram de tesão em Copenhague.

E o ateísmo? A constatação de que o mundo é péssimo e, por isso, Deus não deve existir é razoável. A primeira vez que isso me ocorreu foi quando descobri que existiam colegas mais felizes do que eu na escola, e aí eu julguei o mundo injusto.

Se Deus, como todo mundo me dizia, era bom, por que eu não era o cara mais forte do mundo? Decidi que Deus não existia. Ou não era bom. O ateísmo é uma conclusão óbvia, não há nenhuma grande inteligência nisso. Qualquer golfinho consegue ser ateu.

Anos mais tarde, fosse eu uma dessas pessoas legais que creem no marketing do bem, concluiria que o mais justo seria que todos fossem igualmente felizes, e aí Deus teria sido democrático. Graças a Deus nunca passei pelo ridículo de pensar assim. Quanto a Deus ser mau, concluí que melhor seria mesmo considerar o universo indiferente e cego e mecanicamente cruel. Naquele dia, tornei-me um trágico (antes de ler Nietzsche ou Darwin).

Poucos ateus não são descendentes de uma criança infeliz e revoltada (e, veja, 110% das crianças, esses pequenos lindos monstros malvados, são infelizes porque sempre existem crianças mais felizes do que você).

A prova disso é que ateus gostam de falar mal da igreja (nunca superaram aquela freira azeda), de Deus (esse malvado que não me fez mais forte), ou do pai judeu (que me obrigou a só namorar judias).

Ou acham que, se formos todos ateus, o mundo será melhor. Se você é assim e tem orgulho de ser ateu, você é um rancoroso.

Quando se deixa de acreditar em Deus, passa-se a acreditar em qualquer besteira (Chesterton): na Natureza, na História, na Ciência, na Dinamarca, em Si Mesmo. Essa última crença, eu acho, é a pior de todas. Coisa de gente cafona.


Luiz Felipe Pondé - Folha de São Paulo, em 14 de dezembro de 2009.

Fé Raciocinada

Disseram-me que para ter fé é preciso abrir mão da inteligência e simplesmente não concordo e nunca vou concordar, pois entendo que crer é um ato pensado (ou pelo menos deveria ser).

Para ter fé não creio que eu deva me desconectar do meu intelecto até o ponto de entrar em transe ou simplesmente abrir mão de qualquer conhecimento que exista no mundo seja ele filosófico, teológico ou proveniente de uma ciência exata qualquer.

Fé é a busca da racionalidade entre coisas que não se vê, mas são conscientes e ponderáveis bem diferentes da loucura, emoção e comoção. E até mesmo alienação.

Mas quem prega a não-inteligência da cristandade prega também as loucuras em nome de Deus e o achismo como revelação espiritual.

Nisso ocasiona-se a morte espiritual de toda uma nação e a fé idiotizante impera. E com isso muitos se protegem da ciência pregando a desinformação como arma apologética.

Mistificamos a ciência e tentamos dar a fé ares de pseudociência para nos sentirmos protegidos de toda linha cientifica, que segundo as “vítimas cristãs” contradiz a bíblia.

Adotamos o criacionismo científico que fugiu da ciência faz tempo e abraçou a especulação sem ter vergonha de cair no ridículo.
Parece que muitos pregam a “ciênciofobia” enquanto do outro lado da moeda existe a “religiofobia”.

Onde foram parar os dinossauros? A ciência explica com clareza e razão, enquanto os que declaram viver por fé tomam duas posturas distintas; ignoram o fato ou mistificam o fato para que ele encaixe apertadinho em sua fé.

Entre estudos apologéticos acalorados e sem razão e frases crentes decoradas o mundo sofre e o homem continua confuso em sua fé e sem ter razão e conhecimento de si e do mundo que o cerca.

Eu não quero defender o “ateísmo-religiofobista” e claro eu não defendo a ciência como algo primordial na vida, mas sim necessário.

E também não posso dizer que um ateu é todo razão e é superior a qualquer crente e que a ciência tem todas as respostas, assim eu cairia em um fundamentalismo cético que me emputece.
Dá para crer e pensar considerando tudo e indo a todas as fontes de pensamento e ciência sem precisar ter medo de algo.

É um pouco engraçado ver gente torcendo o nariz para a ciência enquanto não abre mão da sua TV de Plasma, Aspirina e outras comodidades que os cientistas trouxeram para o nosso dia-a-dia.

Nunca vi a razão (ciência) querer ou se colocar para acabar com a fé de alguém. A razão quebra o dogmatismo, atraso, superstição e intolerância e isso deveriamos tomar para nós não como ato de descoberta científica e sim como prática cristã diária.

(Marco Alcantara)

onipotência

Ouso pensar o mistério. Atrevo-me a nadar em águas sem fronteiras, aventurar-me no oceano infindável em que as afirmações suscitam novas dúvidas. De antemão, valho-me da máxima socrática: “Só sei que nada sei!”. Aproprio-me também do princípio de Tomás de Aquino em sua Suma Teológica: "A respeito de Deus, quando não podemos saber o que ele é, sabemos o que não é".

Reconheço que "teologia é uma linguagem sobre Deus", como bem afirmou Gustavo Gutierrez. Portanto, se teologia é linguagem, será imprecisa, precária e sempre relativa. Ninguém é possuidor da “verdade absoluta” e mesmo que fosse, seria incapaz de traduzi-la, explicá-la ou demonstrá-la com “absoluta exatidão”. Assim, toda a teologia é passível de ser criticada, revisada e aperfeiçoada.

Minha ousadia tem a ver com o conceito teológico da onipotência, tão defendido e tão comumente assumido na fé popular. Desde a República de Platão já era possível encontrar o pressuposto de que Deus é imutável e, óbvio, onipotente. Por onipotência, entende-se perfeição em poder. Portanto, um Deus onipotente é compreendido como um ente que mantém os acontecimentos previstos, realizados e supervisionados de acordo com sua vontade.

Esse conceito de perfeição, que vem da tradição grega, ressalta que um Deus onipotente nunca pode mudar. Qualquer mudança implicaria em uma aceitação de que o estado anterior era melhor ou pior, o que é impossível para a Divindade. Em outras palavras, se Deus alegrar-se é porque antes estava sério. E se alegria é melhor que sisudez, Deus teria melhorado. Impossível! Perdoar, ter misericórdia, alterar destinos, nada disso seria concebível para Deus pois são decisões que alteram a perfeição divina.

Influenciada por esse conceito, a teologia clássica pontifica que Deus é "o poder mais poderoso que se possa imaginar". E esse pressuposto é tão caro aos crentes, que muitos ficam zangados diante de qualquer questionamento. Mas cabe a pergunta: De que jeito é o poder mais poderoso que se possa imaginar? Os mais rápidos no gatilho teológico sacam as armas e respondem: “O poder de tudo controlar, de tudo organizar, de tudo gerenciar”. Para eles, o maior poder concebível seria Deus regulando ou arbitrando sobre os nano detalhes do universo.

Essa ideia sobre Deus parece a mais lógica porque, dentro de elaborações gregas, realmente é inconcebível que Deus continue Deus sem que dirija os eventos tanto do universo visível como invisível. Alguns, contudo, resistem ferozmente que uma onipotência os comande; não admitem um universo encabrestado. Esses preferem se tornar ateus. Pe François Varillon afirma:

Não sejamos superficiais ao analisar a posição desses homens; no fundo, eles julgam mais digno do homem e consequentemente mais verdadeiro preferir um céu vazio ao fantasma de um imperador do mundo, potentado, déspota, dramaturgo supremo, a manobrar as marionetes da tragicomédia humana, fixando petrificando ou curto-circuitando liberdades que, aliás, supõe-se que haja criado.

A presença do mal se transforma em um nó dificílimo de desatar na filosofia e na teologia. Se Deus tem o poder de tudo determinar e tudo gerenciar, como aconteceu o pecado? Existiu o livre arbítrio em algum tempo? Se existiu, duas vontades colidiram. Se pecado é escolher o mal ou o vício, como alguém (até mesmo o primeiro casal) poderia fazer essa escolha sem infringir a vontade onipotente de Deus? No caso de um pecado original, ou Deus se fez de rogado ou intencionou, por detrás dos panos, que acontecesse a primeira transgressão. No exato instante da primeira rebelião, Deus estava no controle?

Caso tenha decidido não interferir nas decisões erradas quando podia fazê-lo, será que Deus tem objetivos posteriores? A sua onipotência fica preservada, mas ele deixa um rastro suspeito. Deus trabalha com armações maquiavélicas, em que os fins justificam os meios? Será que a universalização do sofrimento com tragédias dantescas estão rigorosamente sob seu querer para que o capítulo final da história permaneça glorioso?

Aqui começam os problemas. Se Deus traçou todos os mínimos detalhes da história e tem tudo sob seu mais rígido mando, não só os esboços gerais dos acontecimentos, mas os detalhes estão “pré-ordenados”. Quando um maníaco estupra e mata seis adolescentes, o homicídio não foi só previsto, mas arquitetado pelo Divino. E como poder absoluto não pode admitir detalhes fora do seu governo, as sórdidas minúcias do crime, bem como a macabra execução, teriam que ser não só antecipados, como minimamente determinados por Deus. Criminosos, genocidas, torturadores não passariam de executores finais de uma vontade escondida. Se "soberania" não permite ações dentro de parâmetros largos, então "soberania" especifica cada atitude e micro-gerencia os pormenores das escolhas de Madre Teresa, Pinochet, Gandhi e Idi Amin. A história se resume ao mero desenrolar de uma "vontade ativa" ou "permissiva" de Deus.

Teólogos fundamentalistas escrevem coisas estranhas (não se espante nem ria): “A vontade de Deus era que o criminoso agisse, mas que o fizesse com liberdade”. Vem embutida nesta afirmação um conceito muito caro para o calvinismo: “É possível ser livre e controlado ao mesmo tempo”. Sabe-se lá o que isso significa. Já fui contestado com argumentos do tipo: “A vontade de Deus é que o maligno se sinta livre para praticar a sua malignidade, mas que escolha debaixo da rigorosa vontade de Deus”. A incoerência interna do argumento é tão absurda que não merece ser levada a sério. Entretanto, ela é repetida e comentada como “ortodoxa” em colóquios teológicos. Insisto na pergunta: Como uma pessoa pode agir com liberdade se foi programada e determinada, sem opção de transgredir?

Será que o poder de Deus é sua capacidade de fazer com que os humanos se comportem exatamente como ele quer, enquanto acreditam que são livres? Se esse for o caso, a humanidade vive sob o império do logro. A humanidade é pior do que os golfinhos que se imaginam livres quando fazem estripulias dentro dos aquários e mal percebem que só cumprem os acenos do adestrador. Sim, seríamos piores que os golfinhos. Eles não são dotados de uma racionalidade consciente como os humanos.

Varillon afirmou que “seria radicalmente impossível para mim fiar-me em Deus, abandonar-me a Ele em confiança se nada soubesse sobre a natureza de seu poder. Sim, Deus é todo-poderoso, mas poderoso com que poder?” O poder de Deus é o poder do seu amor.

No caso de haver um controlador, seja lá qual for esse poder, alguns (eu me incluo entre eles) preferem a liberdade à escravidão. Repito as palavras de Varillon: “Não posso afirmar que creio num Deus todo-poderoso, a não ser que tenha a certeza de que se trata de um poder que não ameaça a minha liberdade".

Portanto, “a onipotência de Deus é onipotência de amor”. Novamente concedo a palavra a Varillon:

Entre onipotência e amor todo-poderoso, há uma grande diferença; há literalmente um abismo. O cristão não diz acreditar que Deus é todo-poderoso, diz acreditar em um Deus Pai todo-poderoso. No Credo, a afirmação de Deus e de sua onipotência é pronunciada e compreendida num movimento de confiança e amor, expresso precisamente por essa preposição. Dizer:creio em ti é dizer: sei que teu poder não é um perigo para minha liberdade, mas que ele está, bem ao contrário, a serviço da minha liberdade.

Deus é amor. Seu amor é onipotente. Repito e repetirei um milhão de vezes: Deus tem poder para amar infinita e fielmente, nunca para controlar.

(Ricardo Gondim)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Humildade e Prepotencia

Por gentil pereira

Cedo aprendi a respeito da humildade e simplicidade.
Não tenho medo de colocar minha fé a prova e muito menos de ser amigo daqueles que, para alguns, não vale a pena a amizade.
Graças a Deus, cedo aprendi a entrar e sair de qualquer repartição , pública ou privada, e a respeitar a todos; pequenos e grandes , velhos e crianças.

Graças a Deus, não tenho medo de ser contestado, contrariado, desrespeitado, ou qualquer coisa do gênero. O orgulho ou prepotência é uma vergonha para quem quer ser humano. O diálogo se torna difícil para quem quer sempre ter razão em tudo. O prepotente não se abre para o erro de estar sempre certo. O auto questionar se torna um suplício, e descobrir que está errado é uma vergonhoso para o soberbo e não, um crescimento interior.

Cedo, graças a Deus, aprendi com os erros dos mais velhos, que ensinaram:
Primeiro : "Reconhecer os erros.
Segundo: "Voltar atrás nos erros
Terceiro: "Acertar os erros"
Quarto: "Ser humilde diante dos erros"

Reconhecer que está errado não é vergonhoso para o humilde, é uma descoberta magnifica para quem quer se tornar humano dia a dia. Os soberbos querem constantemente provar que estão sempre certos, impondo seus conceitos. Já os humildes sempre querem aprender e estão abertos ao dialogo e expõem sua crença sem medo. Os soberbos não aceitam contestação, não aceitam serem contrariados, e não aceitam ninguém que pense diferente deles como amigo.

Graças a Deus, cedo aprendi a expor meus medos, minhas falhas e incertezas... Desta maneira moldo meu caráter, sem receio, deixando-me transparecer.

E que Deus me ajude!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Cedo aprendi a respeito da humildade e simplicidade. Não tenho medo de colocar minha fé a prova e muito menos de ser amigo daqueles que os outros falam que não vale a pena a amizade. Graças a Deus cedo aprendi a entrar e sair de qualquer repartição púbica ou privada. E respeitar a todos os seres humanos. Pequenos e grandes, velhos e crianças.

Graças a Deus, não tenho medo de sr contestado, contrariado, respeitado ou qualquer coisa do gênero. O orgulho ou prepotência é uma vergonha para quem quer ser humano.Pelo menos deveria. Pois o dialogo se torna difícil para quem quer ter sempre razão em tudo. O prepotente não se abre

sábado, 15 de maio de 2010

Igrejas cheias, fast-food...

Não me preocupo com o sucesso. O sucesso está dentro de mim. Ou seja o modo como encaro o fracasso. Não faço parte da concorrência. Os peixes vivos nadam contra a maré, os mortos boiam e vão a favor dela. Quero ir, "caminhando contra o vento sem lenço e sem documento." Quando alguns buscam a diferença outros caem no erro de se igualar.

Quando estamos tentando sair do erro , outros estão caindo nele.Não gosto de mensagens de alto-estima, isso empobrece o individuo. Essas mensagens parece comida Fast-Food, comida rapida. Quando chegamos em casa estamos com fome de novo. O lanche do MC Donald tem esse efeito, incha o estômago, mas continua com fome uma hora depois.

Porque não preparamos as pessoas para a vida, em vez de engana-las dizendo que todos os problemas delas serão resolvidos? Eu tenho um compromisso com os que me seguem. E o compromisso é prepara-los contra os lobos. Eles precisam crescer mentalmente e concientemente (que deve dar na mesma)Como? Questionando.

Tive o problema de não saber o que levar a eles já que o que se tinha de mensagens era só agua com açucar. hoje já não tenho mais problemas. Ensino-os a viver e se dar,a sua família e amigos e claro a Deus sem segundas intenções, sem egoísmo. Se Deus nos der, amém se não, amém. Não é uma atitude de resignação mas sim de despertar para a vida. Não ficamos esperando cair do céu,nós vamos a luta.

Podemos tentar ser um pouco desequilibrados de vez em quando para fazer as pessoas questionar junto conosco, vale a pena ser equilibrado.Mas não vale ficar sem fazer mal aos outros, só, é nossa obrigação. Temos que fazer o bem sem olhar a quem, mesmo sem merecer, isso se chama ser misericordioso, não é texto bíblico, mas uma verdade que nos esquecemos. No mais, a vida é curta, aproveitemos a vida então. e que Deus nos ajude!!! Gentil Pereira

domingo, 9 de maio de 2010

O que fica,é dor na consciência.

Só abrimos os olhos quando perdemos os que amamos. Depois que eles vão é que nos damos conta, como erramos em não dar o devido valor. Em todos os lugares,as pessoas se perdem consigo mesmos. Os seres humanos tão preocupados com o trabalho, a escola,a religião, se perdem e se deixam se perder. Esquece que atrás vai ficando os parentes e amigos. O ser humano se tornou egoísta por excelência. Não a maioria, mas muitos estão tão preocupados que não vem o valor que há nos outros.
Mas nada tem valor sem os outros para compartilhar conosco. Precisamos aprender a dar valor as mínimas coisas da vida. Dar valor aos amigos enquanto estão perto e a família enquanto estão conosco porque depois vamos chorar, ou de saudade, ou de dor na consciência. Muitas vezes a religião separa aquilo que devia unir, e destrói o que devia construir, a amizade o amor ao próximo.

Que Deus nos Ajude!!!

sábado, 8 de maio de 2010

Ateus, amigos ou inimigos?

O ateu é uma pesoa inteligente, mas a inteligência não faz um ateu, visto que há no mundo inteiro pessoas inteligentes que não são ateus. Ateus não são pessoas sem moral,há alguns que fogem a regra. Um exemplo famoso é o Barão D'Holbach, filósofo ateu e anticlerical francês, século XVIII.

Os ateus, alguns são doseis e muito amorosos, mas há os "espirito de porco" que ao invés de fazer Deísmo faz uma defecação só. Mas na maioria são bons amigos não falando de religião. Alguns são sábios seres humanos que compõe suas vidas na simplicidade de pensamento. Outros se deixam levar pelo radicalismo e seu ateísmo se torna sua religião, mesmo contestando-a.

Não podemos ser preconceituosos em relação ao ateu, como pessoa, mas podemos juntos pensarmos sobre os grandes problemas da religião que escraviza o pensamento livre. "tudo vale a pena se a alma não é pequena" (Fernando Pessoa)Desta maneira, precisamos fazer para sair da bitola que nos prende e nos apequena. Não faço com isso elogios ao ATEÍSMO, mas vou em defesa ao ATEU, um ser humano que é alguém merecedor do nosso profundo respeito.


Gentil Pereira