Bem Vindo


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domingo, 31 de outubro de 2010

O ateu que (salvo engano) existe em mim


Por Paulo Brabo


E eu, Paulo Brabo, que achava que escrever Friedrich Nietzsche era difícil!


A nota paga saiu no Diário do Nordeste desta terça-feira, dia 7, anunciando o desligamento da Igreja Betesda de Fortaleza da Igreja Betesda de São Paulo (essa última pastoreada por Ricardo Gondim), por motivo de diferenças doutrinárias. 


A família Siqueira, dona da nota, explica que o pastor Gondim acabou desviando-se da verdadeira fé por ter alicerçado a sua teologia em “pensadores ateus da estirpe de Paul Sartre, Friedrich Nietzsche, Paulo Brado, Gustavo Gutierrez e outros”.


Pensadores ateus e revisores sem entusiasmo! Graças ao que pode ser um erro de digitação, não tenho como me orgulhar de ter sido colocado ao lado de Nietzsche.
Gondim e Elienai, onde vocês estiverem: melhor morar no canto do eirado do que com a mulher rixosa na mesma casa. Ou, como costumamos dizer lá no Brasil, Melius Est Sedere In Angulo Domatis Quam Cum Muliere Litigiosa Et In Domo Communi (Prov. 
XXV, 24).


fonte: http://www.baciadasalmas.com/?p=1307




Que Deus nos Ajude!

Quem sou eu?

Por gentil pereira

Eu sei que as pessoas não querem muito saber quem eu sou, mas isso é muito importante para mim mesmo. Quem sou eu? O que busco na vida? Qual é o meu propósito? O que almejo para o meu futuro? Que caminho sigo na vida? Nisso eu paro e penso muito.

Quem sou eu? No entanto minha vida começa aos trancos e barrancos numa seca e fome terrível no nordeste do Pernambuco. Minha mãe coitada, nem leite têm nos seios e meu pai é obrigado muitas vezes a cozinhar um mandacaru do sertão. Mas logo desiste de tudo aquilo e parte para uma nova jornada, São Paulo.

1971 chego novinho nesta cidade da garoa.O presidente do Brasil era Emílio Garrastazu Médici (Bagé, 4 de dezembro de 1905 — Rio de Janeiro, 9 de outubro de 1985) foi um militar e político brasileiro, presidente do Brasil entre 30 de outubro de 1969 e 15 de março de 1974.
Obteve a patente de general.

Sua mãe era uma uruguaia de ascendência basca, da cidade de Paysandú, e seu pai era de origem italiana, da Família Médici.E logo vem forte a ditadura.Mas o seu governo também ficou marcado por um excepcional crescimento econômico que ficou conhecido como o milagre brasileiro. Houve um grande crescimento da classe média. Cresceu muito o consumo de bens duráveis e a produção de automóveis, tornando-se comum, nas residências, o televisor e a geladeira. Em 1973, passou a funcionar a televisão a cores no Brasil.

Em São Bernardo do Campo meu pai já empregado levava cassetete no lombo junto com LULA que hoje é Presidente do Brasil.

Meu pai não se tornou presidente do Brasil, mas com 63 é pastor. Simples nas palavras, com uma leitura até que precária conduz um povo a conhecer a Deus. Começo esse texto explicando um pouco do meu passado e daquilo que vivi, pois tudo isso moldou meu caráter. Lembro-me que nunca deveria aparecer em casa com algo que não fosse meu. Rapidamente minha mãe me ordenava que voltasse para traz e devolvesse seja lá o que fosse.

Papai me dava uma sova a cada desobediência. E a cada palavrão era rispidamente corrigido. Ele prezava os bons costumes da família e até hoje ( por carinho e respeito) peço a benção a minha querida avó Leonor. Agora já com quarenta anos pesando-me nos olhos, mal enxergo as letras do computador fazendo necessário os óculos.

Mas não me sinto um velho, ainda não. No entanto quando me olho com vinte anos, jogando-os fora nas noites mal dormidas, entristeço-me. Poderia ter me dado mais aos que me cercaram e não o fiz por puro egoísmo. O meu prazer sempre esteve em primeiro plano; mas ainda bem que o tempo que perdi ainda dá para recuperar... Não, não dá. Mas dá para recomeçar mesmo que tardiamente.

Começo por beijar o rosto de minha mãe que carrega no corpo a dor que a vida lhe trouxe, digo-lhe que a amo e que sem ela minha vida será pura saudade. Quando encontrar meu pai lhe darei um grande abraço e um beijo no rosto como ele me ensinou. – “só os homens que se presam são carinhosos uns com os outros”.

Ele poderia ter me ensinado que beijar homem é coisa de baitola, ao invés disso me ensinou sobre o ósculo santo. Gostaria de dizer ao meu irmão Gilmar e Daniel que eles são os amigos que sempre quis ter, mas não tive coragem, o medo de ser rejeitado me afastou de vocês, mas nunca deixei de amá-los. Perdão pela sinceridade. Mas esse sou eu.

Que Deus nos Ajude!

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Quem sou eu?
Por gentil pereira

Eu sei que as pessoas não querem muito saber quem eu sou, mas isso é muito importante para mim mesmo. Quem sou eu? O que busco na vida? Qual é o meu propósito? O que almejo para o meu futuro? Que caminho sigo na vida? Nisso eu paro e penso muito.

Quem sou eu? No entanto minha vida começa aos trancos e barrancos numa seca e fome terrível no nordeste do Pernambuco. Minha mãe coitada, nem leite têm nos seios e meu pai é obrigado muitas vezes a cozinhar um mandacaru do sertão para matar a fome dos demais da família... Mas logo desiste de tudo aquilo e parte para uma nova jornada, São Paulo.

1971 chego novinho nesta cidade da garoa. O presidente é Emílio Garrastazu Médici (Bagé, 4 de dezembro de 1905 — Rio de Janeiro, 9 de outubro de 1985) foi um militar e político brasileiro, presidente do Brasil entre 30 de outubro de 1969 e 15 de março de 1974.
Obteve a patente de general.
Sua mãe era uma uruguaia de ascendência basca, da cidade de Paysandú, e seu pai era de origem italiana, da Família Médici.

O seu governo ficou marcado por um excepcional crescimento econômico que ficou conhecido como o milagre brasileiro. Houve um grande crescimento da classe média. Cresceu muito o consumo de bens duráveis e a produção de automóveis, tornando-se comum, nas residências, o televisor e a geladeira. Em 1973, passou a funcionar a televisão a cores no Brasil.

Pelo menos dois fatos fizeram de Médici um dos mais incomuns presidentes do regime militar inaugurado em 1964: a utilização maciça de propaganda associando patriotismo com apoio ao regime militar, e o fato de ter feito o senador, ex-participante da Coluna Prestes e ex-chefe de Polícia do Rio de Janeiro durante o Estado Novo e a era Vargas, Filinto Müller, presidente do Congresso Nacional e da Arena. e logo vem forte a ditadura.

Em São Bernardo do Campo meu pai já empregado levava cassetete no lombo junto com LULA que hoje é Presidente do Brasil.

Meu pai não se tornou presidente do Brasil, mas com 63 é pastor. Simples nas palavras, com uma leitura até que precária conduz um povo a conhecer a Deus. Começo esse texto explicando um pouco do meu passado e daquilo que vivi, pois tudo isso moldou meu caráter. Lembro-me que nunca deveria aparecer em casa com algo que não fosse meu. Rapidamente minha mãe me ordenava que voltasse para traz e devolvesse seja lá o que fosse.

Meu pai me dava uma sova a cada desobediência. E cada palavrão era rispidamente corrigido. Ele prezava os bons costumes da família e até hoje ( por carinho e respeito) peço a benção a minha querida avó Leonor. Agora já com quarenta anos pesando-me nos olhos, mal enxergo as letras do computador fazendo necessário os óculos.

Não sou velho, ainda não. No entanto quando me olho com vinte anos, jogando-os fora nas noites mal dormidas, entristeço-me. Poderia ter me dado mais aos que me cercaram e não o fiz por puro egoísmo. O meu prazer sempre esteve em primeiro plano; mas ainda bem que o tempo que perdi ainda dá para recuperar... Não, não dá. Mas dá para recomeçar mesmo que tardiamente.

Começo por beijar o rosto de minha mãe que carrega no corpo a dor que a vida lhe trouxe, digo-lhe que a ama e que sem ela minha vida será pura saudade. Quando encontrar meu pai lhe darei um grande abraço e um beijo no rosto como ele me ensinou. – “só os homens que se presa são carinhosos uns com os outros”.

Ele poderia ter me ensinado que beijar homem é coisa de boiola, ao invés disso me ensinou sobre o ósculo santo. Gostaria de dizer ao meu irmão Gilmar e Daniel que eles são os amigos que sempre quis ter, mas não tive coragem, o medo de ser rejeitado me afastou de vocês, mas nunca deixei de amá-los. Perdão pela sinceridade. Mas esse sou eu.


25/10/2010-21:40

sábado, 30 de outubro de 2010

A injustiça pessoal

Por gentil pereira

As injustiças acontecem quando em detrimento de uns, valorizamos mais os outros...
E a exemplo de Jesus, foi dado valor a um ladrão chamado Barrabas ao invés de se dar valor a quem de direito merecia.

E ainda hoje, cometemos as mesmas injustiças ao valorizarmos os que, se dizendo serem excelentes, são pessoas aparentes. Como diz o velho ditado. “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento...”

O que fazer? Olhar não para os que pedem aplausos; dos palcos sorri e reenvindicam direitos divinos. Mas olhar para os que fogem das luzes da ribalta e ao invés de se lançarem nos braços do povo, se escondem da glória deste mundo.

Que Deus nos ajude!


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Gosto de músicas do mundo.

Por gentil pereira

Comecei com a história de Zezé de Camargo e Luciano e o pai apostando suas últimas fichas para o sucesso e não parei mais. Ao ouvir a música do Renato Russo, “Monte Castelo”, Renato me fez ver o quanto a bíblia estava certa em I Corintios 13: 1. “Ainda que eu falasse as línguas dos anjos e dos homens e não tivesse amor nada seria”.

Ao ouvir a música mais recente dos Titãs "EPITÁFIO", me veio em mente o texto de Eclesiastes Três “tudo tem o seu tempo determinado debaixo dos céus, tempo de rir, de chorar, de viver, de morrer...” Por isso devemos dar valor a cada momento que vivemos sobre a face da terra.e viver mais a vida que Deus nos deu.

O conceito de mundo foi deturpado quando a igreja no passado massificou o que era sacro e profano. E tão preocupados com o exterior se esqueceram que Deus não vê como o homem vê. Tão profano se tornou as músicas consideradas santas hoje que dá nojo de ouvir algumas letras como essa que se fala: “E verás a minha vitória, você que me humilhava...” Ah que doce vingança. a vingança é um prato que se come frio, diz alguns "EVANGÉLICOS".

Como é triste ver que o povo cristão brasileiro se tornou um povo que canta uma vingança pessoal usando Deus. Não é melhor cantar como o saudoso Gonzaguinha que canta sobre a vida e o amor de viver?

Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...
E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...
E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...
Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...
Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...
Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...


Se fazer "amigo do mundo" é abraçar aquilo que é mau como o roubo, a mentira, a falsidade, o orgulho, a inveja , a ganância e não tentar mudança em si. Mas por conta deste versículo bíblico: " Aquele que se constitui amigo do mundo, se faz inimigo de Deus", os seres menos instruídos se distanciam de pessoas, por serem pessoas marginalizadas pela sociedade.

Gosto das músicas do mundo e esse conceito de música que se tem está errada. Só existem dois tipos de músicas. A música boa e a música ruim. E no meio evangélico existem muitas músicas ruins.


Que Deus nos ajude!

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A minha máscara

Por gentil pereira

A hipocrisia me entristece. A minha, essa que maquia meu rosto de humildade e bom caratismo quando na verdade, sou mau e perverso, egoísta e soberbo.
Reconheço em meu ser não luz, mas sombras aqui e ali; pois o mal que não quero fazer quando menos espero já fiz.

Minhas lágrimas são vertidas por mim mesmo, pois meu caminhar é longo e a vida breve. Meus sonhos em ajudar o próximo, começam em reconhecer em mim tão somente a necessidade de mudança interior.

Mudança que se principia no meu interior, reconhecendo em meu ser mazelas a serem tratadas. Eis que tiro a máscara perpetuada por longos anos de crente.


http://www.youtube.com/watch?v=6EHL9Ow9yD
Que Deus me ajude!


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sábado, 23 de outubro de 2010

Ser o que sou

Por gentil pereira


Aprendemos com nossos avós que nunca devemos demonstrar nossos sentimentos, considerados fracos, aos que nos cercam. Sou de uma época que levava um coro a mais se chorasse na pisa. Fui crescendo achando que nunca deveria demonstrar qualquer sentimento.

Compaixão era coisa para frangote e sentir medo coisa de baitola.

Sentir amor pela mulher de seus sonhos sempre foi coisa de cinema porque na vida real isso era pura mentira. Na minha época se apanhasse na rua apanhava em casa e nunca deveria olhar para o chão, papai dizia: – “está procurando dinheiro menino?” e logo levava um peteleco na cabeça.

Fui ensinado a ser orgulhoso e a andar com garbosidade mesmo sem nada ter porque a aparência era o que contava. Quem vive em um pais capitalista, “ter” voga mais do que “ser”. Bem se vê na entrada de um Banco. Quem aparenta TER nunca é barrado na porta automática. Nos Shoppings, é mais bem atendido quem tem melhor aparência.

Não importa se você é humilde, bom, sincero, íntegro, homem de caráter... A aparência sempre fala mais alto nos círculos socias. Você pode até ser mau caráter, não importa. Se você tiver dinheiro, qualquer um te recebe seja onde for. Alias, você nem precisa TER. Se tiver a aparência de quem tem ou é algo sem nem mesmo ser, isso é o que vale. A aparência então fala mais alto e abre portas.

Tristemente observo a podridão que adentra as igrejas evangélicas do Brasil.
Pode ser que isso mude; mas esse é o triste momento da igreja que tem aparência de rica, mas é pobre; aparência de quente, mas é morna; aparência de quem está viva, mas está morta. Uma igreja que busca o que Deus tem e não o que Ele é, é uma igreja que precisa reavaliar seus conceitos.

Se eu tiver que fingir uma situação para me beneficiar... prefiro ficar calado, pois o que fui já não sou mais. O que aprendi reavaliei e vi o quanto infantil fui.

Que Deus nos ajude!


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domingo, 17 de outubro de 2010

Uma carta de um amigo

Recebi essa carta por e-mail e quero postar aqui para dar aos outros amigos uma noção das idéias trocadas, que muitas vezes nos enriquece... Um abraço a ti amigo.

"Olá amigo Gentil

Estive a ler um pouco do seu blogue. Surgiu-me uma dúvida. Como você tem
desbravado o novo mundo que se lhe apresenta pela frente? Ou como se tem
sentido com a ideia de existir mais vida para lá das paredes do templo?

Ao ver o seu percurso e de outros cristãos, ex-cristãos, novamente
cristãos, fico feliz. A religião quando vivida de modo aberto pode ter
um efeito de terapia poderoso (nem é a crença o importante, mas o modo
como se vive a mesma). Um pouco como a filosofia, apenas com a diferença
de que, na filosofia moderna se ter tentado, desviar rumo a um mundo de
"artificialidade lógica". Uma tentativa desesperada de responder às
questões milenares de modo "cientifico". Raios, como me aborrece os
filósofos pedantes, os que não conhecem senão o templo da academia...

Não sei se sou claro. Penso poder resumir: A religião ou a filosofia só
me são interessantes quando aberta ao mundo, em confronto saudável com a
diferença.
Entende?
Os religiosos cegos, na certitude das suas certezas, vivendo fechados em
suas comunidades, protegendo-se da heresia, não diferem em nada dos
"filósofos" fechados nas universidades, gritando; Filosofia é ciência, é
racionalidade hehe

Como humano, não estou isento de cometer os mesmos erros. Todavia, tento
todos os dias lembrar-me de que sou apenas um homem. Tenho dúvidas,
sempre as terei...

Abraço,"


Caro amigo Ricardo.

Tenho um gosto amargo na boca que se confunde com o gosto doce da vitória, lhe explico. No meu caminhar tive que pouco a pouco me desvencilhar de alguns tabus que me foram impostos. Me afastei quase totalmente daquilo que me poluia. A música evangelica, os livros evangelicos, os conceitos evangelicos.

Não foi fácil me despoluir de tudo que se dizia cristão em mim. Foi preciso. Caminho esse necessário para recomeçar tudo de novo. Ao olhar para os ateus me encantei com a perspicácia do questionamento. Hoje me sinto leve para viver a vida que Deus me deu para viver ao lado de minha esposa. Sem culpa caminho com os desafortunados. Algumas vezes fico triste por perceber muito mais que os outros, triste e com raiva.

Quando fala das paredes do templo e o templo da academia Ricardo, não sei porque, eu consigo lhe entender. Muitas vezes ficamos presos em um só foco e acabamos bitolados sem perceber que há algo muito mais sublime a frente dos nossos olhos. Sabe Ricardo, não tenho respostas para tudo e nem quero responder todas as questões do mundo, pois tudo isso é muito dolorido saber que no final sobrarão só carvão, fuligem de nossas idéias. Por isso hoje procuro simplesmente viver e caminhar ajudando uns e outros quando me procuram e me questionam.

Sou vitorioso. Olho para os meus pares e percebo neles um afã de ganhar o mundo, mas nessa corrida acabam perdendo a sí mesmo e até dizem que "o fim justificam o meio." Loucos. Não acredito nisso. E é dessa maneira que quero morrer, com meu caráter inabalável. Quem dera eu pudesse ganhar o mundo... riquezas, bens, poder e status. Mas a custa de quê? Muitos perdem filhos, o amor de sua mulher, o carinho de sua mãe, o abraço de seu pai, o beijo de um amigo.

Que Deus me livre da arrogância e prepotência, e na minha humildade encontre paz com os meus. Esse é um conselho que me dou todos os dias, pois sei que eu vou morrer e de mim ficará lembranças no coração dos que ficarem. Que elas sejam como um incentivo para os desvali-dos na vida que andaram sem propósitos e se perderam nos conceitos mais diversos sem darem conta que o que vale é o amor. Só o amor.

Dúvidas é o que não me falta. Mas procuro concilia-las com minhas crenças. Elas me fazem crescer.

Um abraço

Um mundo com segundas intenções.

Por gentil pereira

Tudo acaba neste circulo vicioso, segundas intenções. E isso começa na infância da criança quando ela não ama a mãe e sim o momento de mamar. Todos os dias a criança chora para saciar a sua necessidade alimentar. Necessidade essa que lhe dá prazer. No entanto a criança cresce com essa idéia de que amar aquilo que lhe é útil ao seu interesse é o mais correto.

Mas com o passar do tempo essa criança vai se tornando adulta sem perceber que nela há sempre segundas intenções em todas as suas atitudes e relação. A vida para esse se torna um jogo em que deve sempre vencer as dificuldades para suprirem as suas necessidades que é sempre egocêntrica.

Basicamente em todas as camadas sociais, níveis diversos e até no campo religioso isso existe. O problema da segunda intenção é que o indivíduo na busca da SUA felicidade nunca pensa nos outros, mas sim em si mesmo. No campo religioso quando se aproximam de Deus constantemente é com segundas intenções.

Dificilmente as pessoas se aproximam uns dos outros ou de Deus por puro amor, mas para tirar sempre aquilo que ela tem de melhor; As pessoas se tornam úteis para o interesse de quem não conseguem se livrar da vida infantil. Mas tudo vai crescendo no interior do mimado ser humano e a vida vai se fazendo difícil, pois tudo que se faz para preencher o vazio que a mãe deixou ao tirar-lhe o peito vai crescendo dentro de sí.

Poderia ser diferente se o indivíduo aceitasse que a vida não é só prazer como foi na sua infância. Tudo se torna utilitário a esse que se faz vítima de si mesmo. Deus se torna útil aos seus interesses espirituais e as pessoas que estão ao seu lado não tem conotação com amizade, pois tudo é passageiro.

Amigo é outro utilitarismo ao alcance das mãos de quem quer ser servido e se não for servido como acha merecer dispensa a amizade e parte para outro.

Tudo isso escrevo pois sei que muitos estão vivendo neste impasse em que tudo é um buraco negro e a vida já não tem mais sabor.

“ quando eu era criança falava como criança, discorria como criança, pensava como criança,. Mas agora que eu cheguei a ser adulto...” texto bíblico

É claro que não vamos mudar de uma hora para outra, mas a questão é, estamos dispostos a mudar? Queremos ser seres crescidos e maduros? Larguemos os peitos de nossa mãe e aprendamos a viver e a amar sem segundas intenções. Sejamos amigos uns dos outros por puro amor; e busquemos a Deus não por medo ou necessidade, mas da mesma maneira, por puro amor por aquilo que ele é e não por aquilo que ele tem para nos dar.

E que Deus nos ajude!

A Produção Cristã no século XXI.

Por gentil pereira

A Igreja Cristã conseguiu produzir desde o seu nascimento por volta do século XVI até hoje século XXI, três tipos de pessoas. Uma é o ateu. Sim, eu acredito que o ateísmo é uma produção cristã. Ateu de certa forma é uma rebeldia à religião e não há forma de ser diferente.

A instituição religiosa que deveria arrebanhar seres humanos ao seu arraial alegre e feliz,
(entre aspas) exclui os que, de certa maneira andam a margem das idéias e são diferentes. A igreja produz até os melhores ateus hoje e não haveria de ser diferente. Aja vista que os satanistas são na sua maioria ex-cristãos e o fazem com uma consciência sem culpa, pois alguns evangélicos fazem pior do que qualquer um deles.

A segunda pessoa produzida pela Igreja Cristã são os fanáticos idiotizados. Esses acham sempre que estão certíssimos nos seus conceitos e não pensam e nem questionam a si mesmos e suas ideologias. Cegos pela religião não sabem amar o próximo e muitos menos os da própria família. Esses são levados por qualquer roda de vãs filosofias e sem pensarem buscam o próprio benefício.

Diante de Deus todo o esforço que se faz para obter o céu ou fugir do inferno é esforço inútil que só haverá de destruir todo e qualquer relacionamento com Ele, Deus...

No entanto o terceiro tipo de pessoa produzido pela Igreja hoje é coisa rara. No século passado houve uma produção em sua qualidade Cristã que pouco se vê hoje em dia. Leonardo Boff, Martin Luther King, Ricardo Gondim, René Kivts, Paulo Brabo, Fábio de Melo são homens que fazem o povo pensar e filosofarem.

O terceiro tipo de Cristão é muito difícil de identificar, pois ele se perde em um emaranhado de idéias.

É um ser quase isolado. Muitas vezes são acusados de apostatas e nadam contra a maré. São muitas vezes incompreendidos e chamados de hereges. Esses não são diferentes dos nossos antepassados que foram acusados, condenados e mortos, como John Huss, Calvino, Galiléu Galilei, Joana D’arc e Martinho Lutero.

Mas a Igreja ou a Religião continuará todos os dias produzindo seres distintos uns dos outros, só precisamos reconhecê-los e dizer a nós mesmos de que lado queremos ficar. Os peixes mortos bóiam nos rios, mas os vivos não; os peixes vivos nadam contra a maré e só os mais fortes conseguem vencer as grandes barreiras e se reproduzirem no fim da sua jornada.

Assim acontecem com os pássaros que migram, quanto mais vento assopra contra os pássaros mais vôos altos é possível. Não temamos, pois como diz a bíblia em Salmos 91:6 ”Não temerei a peste que se espalha na escuridão e nem os males que matam no meio-dia”.

Que Deus nos ajude!

Eu acredito em Deus mesmo sem evidências.

Por gentil pereira

Eu acredito em Deus mesmo sem haver evidências de sua existência; as evidências pedidas pelos ateus em seus debates constantes são muitas vezes irrefutáveis, mas mesmo assim me dou a acreditar em Deus, esse ser que se esconde dos que não crêem, para dar-lhes a liberdade de acreditar nele ou não.

Deus é encontrado no escuro de nossos pensamentos mais tenebrosos e sem ele ninguém consegue viver na luz. Mas é preferível que o homem que não crê viva em boa consciência. Será que é possível?

Mesmo que eu um dia descreia de Deus ele não deixa de existir, Deus é Deus. A pergunta feita é qual Deus, se ele existe, que eu adoro. O nome dele é Jesus Cristo que se revelou como um homem a nós lá na cruz. Loucura é não acreditar em Deus que se fez homem e habitou entre nós e vimos a sua glória como a glória do unigênito do Pai.

No meu caminhar sobre essa terra seca aonde Deus se esconde e se faz achado por quem o procura só uma dúvida tenho em meu coração. Quando Deus se fará visível e evidente mesmo aos que se embrutecem por falta de evidências?

Ele, Deus, se revelou em Jesus um homem fraco e simples para alcançar seres humanos. Esse foi o maior mistério de todos os tempos. Deus se humanizou em Jesus. Todas as prerrogativas de um deus do Olimpo que é a onisciência, onipresença, e a onipotência, o Deus Soberano se esvaziou para alcançar a humanidade.

Hoje Deus constrói a história do mundo tendo o ser humano como aliado já que ele, o ser humano, tem o livre arbítrio para escolher a vida que quer, perto ou longe de Deus. O propósito de Deus ter vindo a esse mundo em forma de homem chamado Jesus Cristo foi salvar o ser humano de si mesmo pois se tornou um monstro de atrocidades.

A maior cura que Deus quer operar hoje é o milagre da transformação. O resto é puro egocentrismo do homem e da mulher. Riquezas e bens, status e títulos, aparência e ganância são produtos de um mundo majoritário aonde você é aquilo que tem; e o título do cidadão religioso se torna seu passaporte para dominar os menos favorecidos. E Deus não tem parte nisso.

Que Deus nos ajude!

domingo, 3 de outubro de 2010

Descobertas

Descobri que tenho pés de barro. Há algum tempo, achava-me imbatível. Em minha suficiência, imaginei que sendo fiel a Deus, nenhum mal me alcançaria. Desafiei a vida. Realmente acreditei que as asas do Todo-Poderoso se abririam sobre mim e nada ou ninguém atravessaria aquela blindagem emplumada para me ferir. Em nome da fé, dei o melhor, certo que seria um sucesso. Frequentei todos os seminários para aprender “princípios universais para uma vida triunfante". Pensei que a existência se engrenava numa perfeita relação de causa e efeito.

Descobri que não sou onipotente, apenas um peregrino inadequado e efêmero. Achei que conseguiria controlar as variáveis do dia-a-dia com eficiência. Considerei a pedagogia que aprendi no seminário a mais eficiente para educar filhos. Disciplinei com “vara” – me instruíram que a Bíblia mandava bater. Trabalhei de domingo a domingo; eu esperava receber o devido galardão dos meus esforços. Ensinei as pessoas a semearem; tratava os resultados dessa "lei" como líquidos e certos. Afirmei que a salvação da alma acontece quando se acredita em doutrinas aprovadas pelos legítimos cânones da tradição pietista-reformada-pentecostal.

Descobri que não sei tudo. Tolamente, rebati “heresias” com argumentos incontestáveis. Promovi seminários para destruir raciocínios “apóstatas” (mal sabia que o bumerangue voltaria para me acertar o rosto). Quando me levantei para falar, estava tão convencido que era o dono da verdade que ensurdeci para as manifestações de bondade que me assediavam. Soberbo, gritei a pleno pulmão a minha certeza. De dedo em riste, fiz de minha interpretação a única verdade possível.

Descobri que não sou cidadão do mundo. Respirei o ar asfixiado do bairrismo. Dourei o meu gueto. Restringi a leitura. Fui treinado a não gostar de quem não era “salvo” – só que muitas vezes os “salvos” que eu me forçava para gostar, não passavam de pessoas mesquinhas, traiçoeiras e banais. Por volta dos quarenta anos, conheci gente mais feliz, mais íntegra, mais honesta, que muitos “santos”. Passei a olhar a vida por prismas nunca considerados. Engatinhei na meia idade.

Devido a tanta soberba, quebrei a cara, feri pessoas, paguei mico, chorei. Frustrei-me. Neurotizei amigos. Só agora reconheço que a vida não segue sobre trilhos. As lógicas religiosas não funcionam. Abaixei a crista.

Entendo que não sou mais um adolescente. Mas não desespero. Há tempo, não sei quanto, mas pretendo eternizar o instante precioso. Quero sorver a vida sem as inclemências que amordaçaram meus sorrisos. Anseio por doçura. Tenho sede de bondade. Busco a grandeza de quem ainda sabe rir e chorar.

por Ricardo Gondim