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domingo, 31 de outubro de 2010

Quem sou eu?
Por gentil pereira

Eu sei que as pessoas não querem muito saber quem eu sou, mas isso é muito importante para mim mesmo. Quem sou eu? O que busco na vida? Qual é o meu propósito? O que almejo para o meu futuro? Que caminho sigo na vida? Nisso eu paro e penso muito.

Quem sou eu? No entanto minha vida começa aos trancos e barrancos numa seca e fome terrível no nordeste do Pernambuco. Minha mãe coitada, nem leite têm nos seios e meu pai é obrigado muitas vezes a cozinhar um mandacaru do sertão para matar a fome dos demais da família... Mas logo desiste de tudo aquilo e parte para uma nova jornada, São Paulo.

1971 chego novinho nesta cidade da garoa. O presidente é Emílio Garrastazu Médici (Bagé, 4 de dezembro de 1905 — Rio de Janeiro, 9 de outubro de 1985) foi um militar e político brasileiro, presidente do Brasil entre 30 de outubro de 1969 e 15 de março de 1974.
Obteve a patente de general.
Sua mãe era uma uruguaia de ascendência basca, da cidade de Paysandú, e seu pai era de origem italiana, da Família Médici.

O seu governo ficou marcado por um excepcional crescimento econômico que ficou conhecido como o milagre brasileiro. Houve um grande crescimento da classe média. Cresceu muito o consumo de bens duráveis e a produção de automóveis, tornando-se comum, nas residências, o televisor e a geladeira. Em 1973, passou a funcionar a televisão a cores no Brasil.

Pelo menos dois fatos fizeram de Médici um dos mais incomuns presidentes do regime militar inaugurado em 1964: a utilização maciça de propaganda associando patriotismo com apoio ao regime militar, e o fato de ter feito o senador, ex-participante da Coluna Prestes e ex-chefe de Polícia do Rio de Janeiro durante o Estado Novo e a era Vargas, Filinto Müller, presidente do Congresso Nacional e da Arena. e logo vem forte a ditadura.

Em São Bernardo do Campo meu pai já empregado levava cassetete no lombo junto com LULA que hoje é Presidente do Brasil.

Meu pai não se tornou presidente do Brasil, mas com 63 é pastor. Simples nas palavras, com uma leitura até que precária conduz um povo a conhecer a Deus. Começo esse texto explicando um pouco do meu passado e daquilo que vivi, pois tudo isso moldou meu caráter. Lembro-me que nunca deveria aparecer em casa com algo que não fosse meu. Rapidamente minha mãe me ordenava que voltasse para traz e devolvesse seja lá o que fosse.

Meu pai me dava uma sova a cada desobediência. E cada palavrão era rispidamente corrigido. Ele prezava os bons costumes da família e até hoje ( por carinho e respeito) peço a benção a minha querida avó Leonor. Agora já com quarenta anos pesando-me nos olhos, mal enxergo as letras do computador fazendo necessário os óculos.

Não sou velho, ainda não. No entanto quando me olho com vinte anos, jogando-os fora nas noites mal dormidas, entristeço-me. Poderia ter me dado mais aos que me cercaram e não o fiz por puro egoísmo. O meu prazer sempre esteve em primeiro plano; mas ainda bem que o tempo que perdi ainda dá para recuperar... Não, não dá. Mas dá para recomeçar mesmo que tardiamente.

Começo por beijar o rosto de minha mãe que carrega no corpo a dor que a vida lhe trouxe, digo-lhe que a ama e que sem ela minha vida será pura saudade. Quando encontrar meu pai lhe darei um grande abraço e um beijo no rosto como ele me ensinou. – “só os homens que se presa são carinhosos uns com os outros”.

Ele poderia ter me ensinado que beijar homem é coisa de boiola, ao invés disso me ensinou sobre o ósculo santo. Gostaria de dizer ao meu irmão Gilmar e Daniel que eles são os amigos que sempre quis ter, mas não tive coragem, o medo de ser rejeitado me afastou de vocês, mas nunca deixei de amá-los. Perdão pela sinceridade. Mas esse sou eu.


25/10/2010-21:40

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