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sábado, 16 de junho de 2012

O câncer

por Gentil Pereira

Fui visitar um amigo evangélico assim como eu, que está muito enfermo. Quando o ví jogado naquele leito de dor caí aos pés da cama e chorei. Fiz uma prece em silêncio pois as lágrimas calaram minha voz. O que dizer ao enfermo numa hora dessa quando a morte está a espreita? Muito mais a um homem que a bem pouco mais de dois meses esbanjava saúde, orava pelos enfermos, visitava os presos, as viúvas os órfãos?

E é neste ponto que me detenho pensando nos questionamentos que esse homem pode estar fazendo agora neste momento. A mente deste velho amigo pode estar fervilhando de dúvidas e incertezas causadas na verdade pela religião. "- Foi o pecado do passado, sim só pode ser..."  "-eu estava servindo a Deus errado e agora ele me castiga. É castigo de Deus!"

Eu não tenho resposta para todas as perguntas. Mas o fato é que a vida nos prega peças terríveis e Deus está interessado não na minha doença mas sim como é que eu vou me comportar diante dela. Nestas circunstâncias tenho dois caminhos a escolher. Ou me endureço  diante da dificuldade ou me deixo amolecer. Na maioria das vezes deixamos o azedume tomar conta de nossas almas. Um ateu já disse uma verdade em sua poesia
"tinha uma pedra no caminho" Leiam:

" No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra."
(Carlos Drummond de Andrade)

E o que fazer com essa pedra que está, estava no caminho? Tira-la e continuar o caminho ou subir nela e fazer dela um palanque. Tantas coisas se pode fazer com uma pedra. Davi a usou para derrubar um gigante. Como está fazendo esse meu doce amigo. Aprendendo no sofrimento e nos ensinando na morte a viver dia a dia com amor e gratidão.

Esses dias ele me disse que não merecia tanto amor e carinho. Que muitas vezes foi egoísta e não compartilhou do tempo que tinha e o que fez ao próximo foi tão pouco. Mas em dois meses sem falar uma palavra, deitado e com dores nos transmitiu mais doçura do que em toda a sua vida de amor e gratidão.

Irmão Osvaldo. Só quero dizer que eu te amo e oro para que Deus te dê graça para vencer mais essa batalha interior.

E que Deus nos Ajude!


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