As sete malas cheias de dinheiro apreendidas em Brasília provocam minha indignação. Não, não estou zangado só com a Igreja Universal do Reino de Deus e seu presidente, o deputado João Batista Ramos. Também estou com raiva de mim mesmo.
Eu precisava ter afirmado, com todas as letras, que essa igreja é uma empulhação medonha; seus bispos, picaretas e seu fundador, um maquiavélico estrategista.
Por que tive receios de denunciar suas intermináveis campanhas de libertação? Eu não notava que eram meros artifícios para extorquir o povo? Lamento não haver nomeado essa falsa igreja em artigos. Há muito, percebia que o dinheiro dos crentes era insuficiente para bancar suas mega catedrais, redes de televisão, inúmeras estações de rádio, aviões, helicópteros e financiamento de eleições. A maioria do povo brasileiro ganha salário mínimo e por mais que comparecesse a seus vários cultos e fosse espoliado, não havia como financiar tanta megalomania.
Não entendo porque não alardeei que esse clero da Universal é composto de lobos, que já nem se preocupam de fantasiar-se de cordeiros. Eles representam a escória nacional. Por que me embaracei com a pecha que a imprensa lhes dava de charlatões vigaristas e estelionatários? Eu sabia que pastores obcecados pelo poder, terminam como Lúcifer.
Eu devia ter apontado que o sucesso da Universal é resultado da sua falta de escrúpulos. Essa empresa religiosa explora o povo que mendiga esperança. Eu precisava ter expressado, há tempo, minha convicção de que seu bom êxito advinha de uma poderosa máquina publicitária, azeitada com dinheiro sujo. Há indícios de que a organização do Edir Macedo esteja envolvida com tráfico internacional de drogas, evasão fiscal com empresas de fachada, lavagem de dinheiro e, recentemente, com suborno de políticos.
Chegou a hora de outras igrejas se unirem e afirmarem, como fizeram os portugueses há vários anos, que a Universal não é evangélica. Ela precisa ser apontada como um movimento apóstata, que não prega os valores do Evangelho. Lá, ensina-se a amar o que Jesus proibiu: dinheiro, ganância e glória humana. Seus cultos não buscam gerar uma espiritualidade livre. As pessoas são induzidas ao medo. Eles incutem sentimentos de culpa e geram neuróticos religiosos, que precisam aplacar seus traumas com dinheiro.
O Brasil vem sendo devastado por um furacão ético. De repente, soprou em nossa pátria um vendaval que espalha detritos para todo lado. A sociedade civil e a imprensa cumprem seu papel investigativo e de denúncia. Os podres que envergonham a nação brasileira estão exibidos nos telhados.
Sinto que não é hora de calar e que não se deve retroceder diante de tanta ignomínia. Deus ainda tem um remanescente de sete mil profetas e eles precisam se pronunciar, caso contrário, as pedras continuarão clamando!
fonte: http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=61&sg=0&id=1090
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