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sexta-feira, 13 de julho de 2012

O estigma II



O DESACREDITADO E O DESACREDITÁVEL

Uma possibilidade fundamental na vida da pessoa estigmatizada é a colaboração que presta aos normais no sentido de atuar como se a sua qualidade diferencial manifesta não tivesse importância nem merecesse atenção especial. A manipulação da manifestação da informação oculta que desacredita o eu, ou seja, o "encobrimento", o ex-paciente mental esconde informação sobre sua identidade social verdadeira recebendo e aceitando um tratamento baseado em falsas suposições a seu respeito. A INFORMAÇÃO SOCIAL É uma informação sobre um indivíduo sobre suas características mais ou menos permanentes, em oposição a estados de espírito, sentimento e intenções que ele poderia ter em certo momento.

É transmitida pela própria pessoa a que de refere, através da expressão corporal da presença imediata daqueles que a recebem. Chamados de social à informação que possuem todas essas propriedades. A informação social transmitida por um símbolo pode estabelecer uma pretensão especial a prestígio, honra ou posição de classe desejada. Tal signo é popularmente chamado de "símbolo de status". Signos que são especialmente efetivos para despertar a atenção sobre uma degradante discrepância de identidade que quebra o que poderia de outra forma ser um retrato global coerente, com uma redução conseqüente em nossa valorização do indivíduo.

Alguns signos que trazem informação social, cuja presença, inicialmente, se deve a outras razões, têm apenas uma função informativa superficial. Há símbolos de estigmas que nos dão exemplo desse ponto: as marcas no pulso que revelam que indivíduo tentou suicídio; as marcas do braço viciado em drogas; os punhos algemados dos prisioneiros em trânsito. Ex-pacientes mentais e pais solteiros que esperam o filho compartilham um defeito que não é imediatamente visível; os cegos, entretanto, são facilmente notados.

A visibilidade é obviamente, um fator crucial. Já que através da nossa visão que o estigma dos outros se tornem evidente com maior freqüência, talvez o termo visibilidade não crie muita distorção. Ele deve ser diferenciado de três outras noções que são com freqüências confundidas com ele. Em primeiro lugar, a visibilidade de um estigma deve ser diferenciada de sua "possibilidade de ser conhecido", em segundo lugar a intrusibilidade e em terceiro o "foco de percepção". Em geral, então, antes que se possa falar de grau de visibilidade, deve se especificar a capacidade decodificadora da audiência.

 Na situação da pessoa desacreditável e o seu problema de ocultamento e revelação, foi necessário, em primeiro lugar, examinar o caráter da informação social e da visibilidade. A análise da interação social entre os estigmatizados e os normais não exigiu que os indivíduos envolvidos no contato misto se conhecessem "pessoalmente" antes de a interação se iniciar. Há uma idéia popular de que embora contatos impessoais entre estranhos estejam particularmente sujeitos a respostas estereotípicas, na medida em que as pessoas relacionam-se mais intimamente essa aproximação categórica, sede, pouco a pouco, à simpatia compreensão e à avaliação realística de qualidade pessoal.

 Assim, quer estejamos em interação com pessoas intimas ou com estranhos, acabaremos por descobrir que as marcas da sociedade ficam claramente impressos nesses contatos, colocando-nos, em nosso lugar. Por outro lado, as pessoas íntimas podem vir a desempenhar um papel especial na manipulação de situações sociais por parte do desacreditável, de tal maneira que quando a sua aceitação não for influenciada por seu estigma, as suas obrigações o serão. A identidade pessoal, assim como a identidade social, estabelece uma separação, para o indivíduo, no mundo individual das outras pessoas.

Essa divisão ocorre em relação aos que conhecem e os que não conhecem o indivíduo. O indivíduo que é conhecido por outros pode ter ou não conhecimento desse fato; as pessoas que o conhecem, por sua vez, podem saber ou não que o indivíduo conhece ou ignora tal fato. Por outro lado, entretanto, embora acredite que os outros não o conhecem, ele nunca tem absoluta certeza disto. Além disso, sabendo que o conhecem, ele deve, pelo menos até certo ponto, conhecer algo sobre eles; mas em caso contrário poderá ou não conhecê-los em relação a outros aspectos.

Quando um indivíduo está entre pessoas para as quais ele é um estranho completo e só é significativo em termos de sua identidade social aparente imediata, uma grande possibilidade com a qual ele deve se defrontar é de que essas pessoas comecem ou não a elaborar uma identificação pessoal para ele (pelo menos a recordação de tê-lo visto em certo contexto conduzindo-se de uma determinada forma) ou de que elas abstenham-se totalmente de organizar e estocar o conhecimento sobre ele em torno de uma identificação pessoal, sendo esse último ponto uma característica da situação completamente anônima.

Pode-se acrescentar que todas as vezes que um indivíduo entra numa organização ou numa comunidade, ocorre mudança marcada na estrutura do conhecimento sobre ele - sua distribuição e seu caráter - e, portanto, mudança nas contingências do controle de informação. A relação social ou o conhecimento pessoal é, necessariamente, recíproca, embora, é claro, uma ou mesmo ambas as pessoas que estão na relação possam temporariamente esquecer que são conhecidas, assim como uma delas ou mesmo ambas podem estar cônscias dessa relação mas ter esquecido, temporariamente, tudo sobre a identidade pessoal da outra.

Para uma pessoa famosa, "fugir" para um lugar onde ela possa "ser ela mesma" pode significar, talvez, encontrar uma comunidade onde não exista uma biografia sua. Ao se considerar a fama, pode ser útil e conveniente considerar a má reputação ou infâmia que surgem quando há um círculo de pessoas que têm um mau conceito do indivíduo sem conhecê-lo pessoalmente. A função óbvia da má reputação é a de controle social, do qual devem ser mencionadas duas possibilidades distintas.

A primeira delas é o controle social formal. Há funcionários e círculos de funcionários cuja ocupação é examinar com cuidado vários tipos de público em busca da presença de indivíduos identificáveis cujos antecedentes e reputação o tornou suspeito, ou mesmo "procurado" pela justiça.

Não há dúvida de que os meios de comunicação de massa desempenham um papel central, tornando possível que uma pessoa "privada" seja transformada em figura "pública". Parece que a imagem pública de um indivíduo, ou seja, a sua imagem disponível para aqueles que não o conhecem pessoalmente, será, necessariamente, um tanto diversa da imagem que ele projeta através do trato direto com aqueles que o conhecem pessoalmente.

Um indivíduo que porta algum tipo de estigma, portanto, pode descobrir maneiras para fugir da atenção hostil do público, através da manipulação da identidade pessoal.

Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/estigmatizacao-social/6480/#ixzz1xvV79EeR

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