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domingo, 18 de dezembro de 2011

O axioma e o dogma

Natália Bebiano é uma autora excepcional. Ela escreveu um livro que abordava vários temas, dentre eles um estudo sintético sobre o axioma. Eu o li há dois anos e verdadeiramente tomei um banho de luz.
Comecemos o assunto por uma lavra aristotélica:
'" Nem tudo pode ser provado, já que, de outra maneira, a cadeia de provas seria interminável. Como temos de começar nalgum sítio, começamos com coisas que admitimos, mas que são indemonstráveis."
Considero essa citação digna de ser dita às crianças. Elas costumeiramente encadeiam aos adultos questionamentos recheados de porquês.
Outro momento adequado para invocar essa lavra ocorre quando alunos intrigados pressionam seus mestres com perguntas, que exigem, como resposta, a exibição de causas primeiras.
Mais luz com Natália:
"Axioma significa originalmente dignidade. Atualmente, também significa o que é digno de ser estimado, acreditado ou valorado. Em outras palavras: Axioma é um ponto de partida que, por sua dignidade, deve considerar-se verdadeiro. Uma vez enunciado e entendido, detém em si um imperativo que obriga ao seu assentimento."
Assim, posso inferir que cada ciência tem seu conjunto de axiomas ou "pontos de partida" indemonstráveis.
Porém e contra a indemonstrabilidade, há estudiosos de critérios de verdade que se recusam a predicar os axiomas como verdadeiros. Eles entendem que um sistema lógico-dedutivo pode ser comparado a um jogo em que os axiomas são somente as regras. E, pelo critério da navalha de Ockham, esses estudiosos tendem a estar certos!
E o dogma?
Segundo o Wikipédia:
"Um dogma, no campo filosófico, é uma crença/doutrina imposta, que não admite contestação. No campo religioso é uma verdade divina, revelada e acatada pelos fiéis. No catolicismo os dogmas surgem das Escrituras e da autoridade da Igreja Católica"
Corolário: ciência e fé são fundamentadas em princípios indemonstráveis.
Exemplos de axioma/dogma/regra de jogo:
1-Não matarás
2-Deus criou todas as coisas
Essas duas regras foram aplicadas em 1376 pelo dominicano Nicolau Eymerich em seu "Manual do Inquisidor":
Caso 1:Uma pessoa é declarada herege porque ofendeu a Deus. Logo ela será queimada pois o que a mata é o fogo e não um cristão.
Caso 2:Uma pessoa zombou do Senhor, debochou do Seu amor e rendeu homenagens ao Danado. Logo, há razões suficientes para que essa pessoa e seus herdeiros não usufruam mais das criações divinas. Nada mais reto do que confiscar/expropriar seus bens em favor do Estado ou da Igreja.

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